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Para otimizar as vendas e garantir o sucesso de um empreendimento, o mercado imobiliário utiliza várias estratégias – de marketing – na hora de “apresentar” um produto ao consumidor. Nos últimos dois anos vem crescendo, no setor, a aplicação de novas tecnologias empregadas com o objetivo de melhor “recriar” os sonhos de quem almeja a casa própria.

Ferramentas 3D, aplicativos para celular, vídeos simuladores e o chamado “tour virtual”, por exemplo, estão em alta nessa área. Na maioria dos casos, os recursos estão disponíveis na internet. E gratuitamente.

Desse modo, sem que seja necessário sair de casa, o cliente consegue “antever” com alto grau de realismo como será o seu futuro lar. Pode simular a decoração da sala ou cozinha, ou mesmo conhecer melhor as dependências comuns.

Para a arquiteta Cristina Vilas Boas, gerente de projetos na área de infraestrutura do escritório Ivan Smarcevscki Arquitetos Associados, “todas as alternativas (de apresentação de um empreendimento) são válidas, e usá-las vai depender do público-alvo, do porte da incorporadora e do tipo de produto”.

“Empresas menores geralmente optam por recursos gráficos (perspectivas e folders), que têm um custo menor, enquanto que a maiores vão além e trazem decorados de diversos estilos, com arquitetos renomados, ou tours virtuais, além de outras ferramentas. Tudo isso como forma de agregar valor ao projeto”, diz ela.

Ainda segundo Cristina, para serem melhor compreendidos, empreendimentos maiores precisam de mais material, “daí a utilização de várias tecnologias, como aplicativos para smartphones e videossimuladores”.

“As ferramentas 3D também são muito utilizadas por nós arquitetos para ilustrar o projeto junto ao cliente. É uma ajuda valiosa, pois a compreensão da ideia é imediata, e, se há algo a mudar, faz-se ainda no projeto, não mais na obra, diminuindo custos e desperdícios. Mas cabe ao incorporador decidir qual a melhor estratégia e, com isso, dar diretrizes para o material de venda”, destaca a arquiteta.

“Experiência concreta” – Para fugir do convencional no lançamento de um empreendimento, a incorporadora Rodobens inovou com a instalação, no estande de vendas, de um recurso chamado “cubo interativo 3D”. Segundo o diretor de vendas e marketing da empresa, Rodrigo Teixeira, trata-se de um “equipamento cenográfico que comporta quatro pessoas por vez e permite um passeio virtual no imóvel à venda”.

“O cubo agrega várias tecnologias em um só produto. Reúne interação, imersão e alto impacto visual, combinando soluções como realidade virtual com câmeras 360 graus e 3D. É uma experiência sensorial de conhecimento de um imóvel ainda por ser erguido”, afirma Teixeira.

Futurismos à parte, o uso de recursos mais tradicionais, como maquete, “apartamento decorado” e hot site (página do empreendimento na internet) tem lá o seu efeito. Segundo os mesmos especialistas, as duas primeiras (maquete e “apartamento decorado”) ainda são as alternativas que mais fazem “a cabeça” do comprador.

“Essas são as opções, pois melhor materializam os sonhos de quem deseja comprar um imóvel. Elas projetam o cliente por meio de uma experiência concreta e tangível” ressalta o diretor comercial da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), José Azevedo Filho.

Há 20 anos atuando na fabricação de “empreendimentos em miniatura”, o engenheiro civil e empresário Nelson Novaes explica que a cultura da maquete vem se fortalecendo há cerca de 10 anos. Novaes conta que durante o boom imobiliário (por volta de 2007) chegou a crescer 100%, “apesar de esse ser um mercado sazonal”.

Segundo Novaes, que diz receber entre dois e três encomendas por mês, o preço médio do produto gira em torno de R$ 20 mil e R$ 30 mil (com uma torre) e o projeto fica pronto em até 40 dias. Como novidades do setor, ela aponta o uso de “prototipagem” (produto físico feito a partir de dados digitais) e maquete iluminada (com lâmpadas LED) ou com movimento (de elevador ou teleférico.

“Todo mundo se encanta com maquete. O consumidor viaja, vira criança. A maquete puxa a venda. Ela é vendedora”, afirma o maquetista. Ainda segundo Novaes, a produção de uma maquete requer um suporte (“chassi”) de madeira, além da utilização de materiais como poliestileno, acrílico, resina, tintas e colas variadas, espuma e metais (latão, cobre e alumínio).

“Além de concentração, habilidade manual, noções de marcenaria e leitura de plantas. É um trabalho lúdico e feito com muito carinho e precisão”.

Fonte: http://atarde.uol.com.br/economia/materias/1523068-de-maquete-a-3d-ferramentas-ajudam-a-vender-imovel